sábado, 15 de novembro de 2014

Figurado

Cheiro comove 
Gosto de tinta 
Porta sem chave
Flor que espanta

Frase sem fim
Amor sem elo
Coração vassalo
Dor de arlequim 

Horizonte patético
Paralelo antipático 
Quase que certo
Calmo que surto
__

domingo, 19 de outubro de 2014

Politicalha

Redundância cabível
Metáfora sem nexo
Hipérbole no luxo
Paradoxo rentável 

Complexa síntese 
Falsa eloquência 
Mínima tese
Máxima ausência 

Estrondo melódico
Suor fútil
Silêncio volátil 
Acaso carmico 
__

domingo, 31 de agosto de 2014

Contribuição

O simples fato de irmos contra os pontos de vista impostos pela mídia manipuladora e golpista já é um primeiro e excelente passo para um engajamento político saudável e de questionamento. 

O reacionarismo vigente tende a impedir que tenhamos um envolvimento voluntário dentro da nova política, consequentemente estimulando a sobrevivência das antigas e obsoletas alianças, ditadas por seus coronéis, pastores, etc.  

Entender a desigualdade e assumi-la como responsabilidade de todos é fundamental para crescermos como nação sólida e cidadãos dignos.

Temos que imediatamente aceitar o fato de que não há como evoluir sem que todos tenham iguais condições de prosperar. 

É hora de percebermos que os mesmos derrotistas que estampam a cara nos telejornais e vlogs ou expõem suas opiniões em jornais, revistas e blogs, criticando a situação política, continuam enriquecendo e aprovando a ideia de que financiar bancos e empreiteiras e o caminho mais adequado para que cheguemos a tão sonhada igualdade social ou acensão das classes desprivilegiadas. 

Toda contribuição ao pensamento revolucionária sempre será válida em detrimento da mesmice propagada pelos conservadores. 
__

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Relance

Ontem útero
Hoje eros 
Nada austero 
Prefiro o erro 

Controverso
Leve colapso
Em repouso 
No impulso 

Ainda sinopse 
No vácuo 
Rumo ao ápice 
Não recuo 
__


quarta-feira, 25 de junho de 2014

Hoje, ontem e amanhã

O mundo para mim hoje está mais claro do que nunca, e muito mais complexo. Está muito vivo na minha memória a guerra entre os Comandos em Ação e os Cobras no quintal lá de casa. O bem continuou a triunfar sobre o mal nos happy end de Hollywood, recorrendo a super-hérois ou não. Mas vieram os filmes de conspiração onde entidades do bem na verdade eram muito más. Desde então fiquei com a pulga atrás da orelha. Os filmes “cult” e as músicas hippies (Caetano, Chico, Dylan, Stones...) do meu pai me distraiam do destino de consciência padrão.

Na escola, a História me fascinava. Talvez por me criar mais dúvidas do que certezas. Afinal, como é possível saber do que ocorreu antes de existir a escrita ou o gravador? Não existe regra de três para provar o que estava escrito... Na verdade a escola é que se limitava aí. Geografia foi um prefácio para o meu interesse por geopolítica.

Serviço secreto de inteligência dos governos e agências de comunicação conspiram em favor de corporações em troca de dinheiro e poder, corrompendo e chantageando políticos e lideranças. Os investidores financiam empresas para obter lucro, explorando trabalhadores e assimilando a concorrência. É preciso muita atenção. Os inimigos se camuflam e seus espiões lhe dão bom dia, e quem sabe, boa noite.

A população vive com medo em suas prisões particulares. As crianças aprendem a violência e a sexualidade cada vez mais cedo. Os adolescentes procuram entretenimento e drogas baratas para não encarar o desafio no jogo da vida. Os mais velhos vivem com medo da violência, do desemprego, por si e pelos seus.

Somos todos consumidores e mão de obra barata quando podemos ser (pelo menos) cidadãos. As informações estão por aí. É preciso paciência para não pescar uma bota ou um pneu furado nesse mar poluído. Aprendi que com as impurezas a ostra produz uma pérola.

O tempo vai passando, a escola acaba e agora não é mais sua mãe quem te sustenta. Ontem tinha uma família para cuidar de você. Hoje você tem uma família pra cuidar. A vida é doce, mas não é mole, como a rapadura.

terça-feira, 10 de junho de 2014

domingo, 1 de junho de 2014

Reza

Sem inspiração 
Transpirei 
Com a expansão 
Do falso rei 

Faltou tato
Para relatar os fatos 
Somos o resto 
De um novo contexto 

Paralelo ao acaso  
Coleciono meteoros 
Se o amor for escasso 
Eu oro 

--

sexta-feira, 16 de maio de 2014

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Sei que existo
Mesmo exausto 
Às vezes hesito
Noutras me exalto 
Com o holocausto
E o desgosto
Pelos gestos 
De alguns adultos
--

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Regras

Aos bandidos íntimos 
Dedico a lei do retorno 
Nem tudo estimo 
Não abro mão dos adornos 

Pelo culto do falso líder 
Acredito ter razão 
Em detrimento da acensão 
É da perda do poder 

Os sentimentos podres 
Que extinguem os desejos 
Dos milionários pobres 
Que admiram seus dejetos 
 
--

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Gravidade

Eu prezo 
Mesmo ileso 
Os excessos 
De peso 
Enquanto absorvo 
Alguns estorvos
Localizo ilhas 
Desfaço elos 
Boto pilha
Sorriso amarelo 
Destravo portas 
Retrato planos 
Amenizo danos 
Cultivo hortas 
Planto afeto
Sempre enfeito 
Satirizo farsas 
Inimigos reaças 
Talvez perdoe 
Gestos feios
Encho pulmões 
Sem receio 
Faço social 
Sendo espacial 

-- 

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Contraponto

Espelho convicto 
Humano convexo 
Perdedor invicto 
Vencedor sem nexo 

Dúvida óbvia 
Estranho hábitat 
Infinita rodovia 
Carinhoso embate

Perigo atraente
Tranquila mesmice 
Entra pela tangente 
Repele idiotice

Exercício fálico
Objeto físico 
Falsa modéstia 
Verdade doentia 

--

sábado, 22 de março de 2014

Óbvia

Desequilíbrio do fluxo 
Estanco a emoção 
Espírito complexo  
Corpo na escuridão

Estrutura sórdida 
Coração sólido 
Natureza mórbida
Racional sofrido 

Catástrofe artificial 
Fenômeno algum 
Índole sobrenatural 
Caráter comum 

Pacto d'água 
Copo de sangue 
Luto com trégua 
Guerra sem tanque 

Sinopse completa 
Obra sem fim
Nem tudo conecta
Fiel arlequim 

--

sábado, 8 de março de 2014

Nos sacos de luxo
Sobrevivo no lixo
Em meio aos esdrúxulos 
Inevitavelmente prolixos 

Enquanto relaxo
Mesmo perplexo
Com o esculacho 
E a falta de amplexos

--

sábado, 1 de março de 2014

Despedida

Rente ao solo fértil 
Observo brotar a vida
Ajo como um réptil 
Estou de partida

Levado pelo vento
Sou folha 
Descrevo os tormentos
Sozinho numa ilha 

Deserto interno
Longe das catástrofes
Um dia retorno
Com uma nova estrofe 

-- 

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Conveniente

Absorvo o impacto 
Da queda de um meteoro 
Desvio dos cactos 
Enquanto me revigoro 

Agora estou imune 
Ao notório egoísmo 
Enquanto tenho orgasmos 
E insisto na higiene 

Não dou satisfação 
Nem sigo nenhuma facção 
Aposto que sou imortal
No espaço sideral 

--

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Ininterrupto

Não me importo
Onde meus inimigos estão
Nem sempre reparto
Com exatidão

Falta coragem
Em qualquer tolo
Que pensa como alguém
De sorriso amarelo

Não vou me abster 
Só pela loucura 
De subverter 
As incontáveis horas 

--

domingo, 9 de fevereiro de 2014

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Soneto da índole

Aguardo os espasmos 
Dos envelhecidos músculos 
Como a força do tempo em quê estamos 
Podemos ser tudo, exceto minúsculos 

Excluo os raciocínios herméticos 
Procuro incansável pelo subjetivo  
Há vitórias em momentos críticos 
E na pureza do princípio ativo 

O efeito contagiante do lábio 
Reverbera com ênfase no espaço 
Assumo desejo pelo mistério 

Uso a força da matéria 
Aglutinada em meus destroços 
Aniquilando as rupturas em histeria 

--

domingo, 26 de janeiro de 2014

Brio

Enquanto celebro 
Vários insights
Dentro do cérebro 
Via satélite 

Recordo os feitos 
Vindos da cabeça 
Com alguns defeitos 
Faltando peças 

Não sou máquina 
Para ter limites 
Ou estar em ruínas 
Próximo da morte 

Minha consciência 
Vive de referências 
Conectas aos olhos 
Com muito orgulho 

--

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Sano o odor 
Num fétido escárnio
Não tenho pudor 
Ingênuo nada gênio

Palavra naturalmente amarga 
Reluto pela forra 
Já que você entrega
Os elos da amargura 

Enquanto me ambiento 
Nesta óbvia fauna 
Admiro os isentos 
Longe das urnas 

--

sábado, 18 de janeiro de 2014

Movimento

Enquanto equilibro
Uma vida torta
Procuro respostas
Em livros

Mesmo que intrínseco
À flor da pele
Sozinho no eco
Em direção ao oeste

Estou num labirinto
Sem entrada e saída 
Tenho ímpeto 
Para evitar recaídas

--

domingo, 12 de janeiro de 2014

Êxtase

Ativista poético
Em redutos etílicos 
Surreal esconderijo 
Absolutos lampejos 

Politeísta convicto 
Pragmático complexo
Derrotado invicto
Espalho amplexos

Notórios segredos 
Impetuoso sereno
Pés no oceano 
Reles sagrado 

--

sábado, 11 de janeiro de 2014

Dinâmico

Emano força 
Existo incerto
Engano a preguiça 
De peito aberto 

Elucido horizontes
Dos falsos pactos
Preservo a fonte
Sou como o cacto

Analiso as diretrizes 
Das novas estrofes 
Evito catástrofes 
Com catarses 

--

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Impropérios

Não quero ser visto
Como adônis
Por quem vê vultos
Ou avista ovnis

Sinto-me sideral
Cheio de inimigos
À deriva, em perigo
Dentro de uma nau

Íntimo do acaso
Estou extinto 
Pelos percalços 
Que pressinto 

Contra os impropérios
Relações que nunca tive
Sórdidos impérios 
Hoje sou detetive

Da minha história 
Em nome do ouro
Por uma minoria 
Estou num sumidouro 

Preciso elucidar 
Meus pensamentos 
Observar o mar
Relevar os tormentos 

Meu dia a dia 
Parece óbvio
Ancorado na praia 
Tenho meus extravios 

Sou feito de carne
E de ambição  
Às vezes dou pane
Tenho coração

-- 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Justiça fictícia

Assumo sem problemas: já admirei o ministro Joaquim Barbosa. Fácil de entender. O simples fato de ser negro já me orgulhava por entender que vivo num país preconceituoso que escolhe as pessoas pela cor da pele e não pelo caráter, capacidade ou idoneidade. Foi indicado pelo presidente Lula, governante que sempre admirei abertamente e continuarei admirando. Mas, infelizmente, o clichê do poder pegou Barbosa. Corrompido pela mídia, Joaquim passou a dar-me vergonha alheia. Virou fantoche, agrada apenas reacionários e PTfóbicos. Hoje, ele é a prova que justiça é algo subjetivo e funciona apenas para manipular uma opinião pública infectada pelos engajados golpistas. Decepção absoluta é o que sinto quando vejo Vossa Excelência atuando. O Supremo Tribunal Federal não é novela.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Trivial

Quando premuno
O sopro do vento
Percebo-me humano
Dotado de instinto 

Facunda prova
Que existe algo raro
Mesmo numa trova 
Concebida no escuro 

Enquanto indago 
O grau de um estrago 
Procuro sinônimos 
Para produzir o mínimo 

--

sábado, 4 de janeiro de 2014

Flexão

Necessidade intensa 
De elevar o sentido
Do que meu cérebro pensa
Enquanto estou sentado

Simplesmente versando
Possíveis versículos 
Temperados com caldos
Anexados ao currículo 

Escrevo descalço 
Como um mendigo 
Seminu ao acaso 
Releve o que digo 

--

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Hipersensibilidade

Deslizo em linhas 
Paralelas ao corpo 
Rasgado pelas unhas  
Ao longo do tempo 

As cores surgem 
Os cheiro também 
Maximizo potências 
Delongo as reticências 

Observo mil cometas 
Entre planetas remotos 
Traço novas metas 
Enquanto destruo mitos 

Meu sentimento guina
Sou curva noutra dimensão 
Reconstruo ruínas 
Em inóspita ascensão 

--

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Promessa

Versarei 
Com astúcia 
Não pelo rei 
Com toda audácia 

As letras 
Tal como as pedras 
Tem suas paranóias 
E suas jóias 

Berro verbos
Que lembram trovas
Talvez por escambo
Nada de provas 

--