segunda-feira, 29 de julho de 2013

Conjectura inimaginável

Sempre há uma hipótese 
De levitarmos juntos 
Dentro de antíteses 
Andamos pelos cantos 

Encontramos o meio termo
Entre nosso desaforo 
Buscamos o altruísmo 
Numa caixa de fósforo 

Só pra variar as estampas
Dessa moda falida 
Sem estilo nem pompa
Deveras malfalada

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domingo, 28 de julho de 2013

Não falar do domingo seria
Uma desaforada heresia 
Com o dia da esperança

Não há conversa séria
Só brincadeira e poesia 
E o sorriso das crianças

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sábado, 27 de julho de 2013

Então o famoso sábado 
Dotado de puro excesso
Porém efêmero 

Me deixa acabado
Em um longo processo
De falta de esmero

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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Adoro essa tal sexta
Mesmo não marcando pontos
Como no jogo

Penso em doar uma cesta
Cesso o básico pranto
Ainda mal pago

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quinta-feira, 25 de julho de 2013

Toda santa quinta
Eu luto 
Pra que seja de prima
 
Mas quando peço a conta 
Fico de luto
À espera da próxima trama 

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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Apetite

Marco presença 
Mesmo faminto
Por uma sentença 
Pra me tirar do tormento

Não quero usar os caninos
Em frutas estragadas 
Que por baixo dos panos
Mantêm vidas desregradas 

Ouso ser sensato 
Ter limites no prato
Pra valorizar meu texto
E me lixar pro resto 
 
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domingo, 21 de julho de 2013

A relevância do grão

Sou uma fração do mundo
Ainda que desigual
Posso não ter um encanto profundo
Por ser metade carnal

Ainda assim divido o que sou agora
Com quem me multiplica
E não se faz de réplica
Como aves de mau agouro

Que estão por toda parte
Prevendo um final trágico 
E acham que a solução é Marte
E esquecem que o planeta é mágico

Feito de realidades diversas
Que subtraem angústias 
Onde são reveladas velhas farsas
Como o tal poder da hóstia 

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sábado, 20 de julho de 2013

Nada parco
Meridional
Longe do palco
Superior ao rival
Vida plebéia
Marginalizada
Sem grana pra geléia 
Fã de empada
Não sou letrado 
Foda-se
Acho caído 
Gente blasé 
Sem disfarce
Reconstruído 
Nem tudo ao alcance 
Mas com conteúdo 
Ja fui subornado 
Por gente de perto
É como ser estuprado 
Por quem temos afeto 
Por ora
Vou as forras 
No meu mundo microscópico 
A espera do momento épico

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sexta-feira, 19 de julho de 2013

Impacto contra barreiras indeformáveis

Colido de frente 
Com minha insignificância 
Pode parecer urgente 
Ou falta de benevolência

Sentenciado pelos sórdidos 
Por não ser de raça genuína
Sei que foram corrompidos 
Vejo a pirâmide em ruínas 

Me falta parcimônia 
Assumo os pormenores 
Convivo com a insônia 
Distante dos horrores 

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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Idade média

Solidão óbvia 
De natureza mórbida 
Nem tudo se abrevia 
Não uso palavras sortidas

Deveras ansioso
Com as circunstâncias 
Longe de ser idoso
Distante da infância 

Delego-me tarefas
Por ser medíocre 
Ainda há estafa 
Sei que você não crê

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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Maus modos

Ainda sobrevivo
Sendo ríspido 
Já que sou substantivo
E tenho respaldo 

Pra fazer traquinagem 
Amar bugigangas 
Sei que estou as margens
Vira e mexe penso em vingança 

Não sou iluminado
Sequer inventei o fogo
Num campo minado
Não há afago

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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Ora bolas

Enquanto expectoro
Aproveito para jogar fora
Sensações que outrora  
Me fizeram perder o tempero
É só restaram os pêsames 
Quando cai daquele andaime 
E quebrei a cara pálida 
Ganhei ingresso só de ida
Para longe do inverno
Uma chance única
Me livrei do sarcasmo
Dos deus poderosos
Mas sem fluidos  
Naturalmente ociosos 
Que só criavam ruídos 
Com sua tosse arrogante 
Se consideravam gigantes 
Mas o tal coração 
Era ridiculamente minúsculo 
Não tinham ereção 
Tampouco testículos 
 
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