domingo, 26 de junho de 2011

O pequeno gigante

Está decretado:
É proibido crescer!
Exceto pra cima,
Para mente não padecer.

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Toda criança,
Deveria saber,
Que o adulto era um deles
E deixou de merecer.

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Meus hábitos mais legais,
Vieram lá de trás,
A infância me ensinou
A ponderar o que vem depois.

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Depois que tive filhos
Parei de crescer,
Pense comigo,
Qual o valor de apodrecer?

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Assumo sem medo:
Entre trabalho e brinquedos
Fico com o segundo,
Felicidade não tem preço.

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Não nasci para ser adulto,
Tampouco velho,
Pode duvidar!
Sou criança, não nego!

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domingo, 19 de junho de 2011

Lógico

Você da vontade de rimar
Deve ser algo no seu olhar

Nos meus pensamentos
Te vejo me vendo

Meu ego se engana
Trato-te como fulana

Mentir para si mesmo
É um remédio ligeiro

Disfarça a dor
Não imuniza o amor.

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sexta-feira, 17 de junho de 2011

O Impressionável

A feiticeira e o Patife

Receio de cara
O seio que encara
Mensagem estampada
A ceia esta montada

Banquete de signos
Trouxeram ensinos
Deixaram a pino
O pobre menino

Sentidos dormentes
Estilo demente
Decepção latente
Saiu pela tangente

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A moça


Tensão de tocar
Excitação de olhar

Ilude com a distância
Suspira com elegância

Enche a bola
Vazia outrora

É tudo lúdico
Momento único

Sussurra o que não se escreve
Ludibria o desempenho de moleque
Deixa claras as opções do leque

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Atalho

Curto mesmo!
Sem entender.
Culto bêbado!
Sem entreter.

Você me inspira!
Porque não transpira?
Melhor coisa da vida,
É frio na barriga.

Queres um conselho?
Justifique os meios!
Não deixe de lado,
O deleite insensato.

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Futuro passado no presente


Quando você for me deixar
Espere que eu não esteja lá.

No ato, serei imaturo,
Inseguro e Insensato,
Pros seus ideais
Irem pelo ralo.

A pior coisa que você fez,
Foi me deixar no momento de lucidez.

Eu pude avaliar com calma,
Todo mal que vem da sua alma.

Hoje a gente enamora,
Sabendo que se trata de esmola,
Estamos apenas nos usando,
Melhor desfazer os planos.

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O provinciano


Vontade danada
De ter você aqui
Deitada.

Relaxe
Nunca serás delatada.
Mas não se ilude
Mesmo estando desnuda
Quero ficar só vendo
Pensando em um desenho

Momento eternizado
Posso apenas ficar te descrevendo
Para você mesma, se queixas?

Duvido,
Seu ego no umbigo
Tirando-me suspiros

Tudo a seu favor
Sem chance de se indispor

Então eu mudo o tom
Deixo de lado
A caneta e o meu dom

Vou para cima
Só para ter a rima
A cama vira uma piscina

De suor
Lagrimas
E rotina.

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Noves fora


Ligue para dizer que te queria,
Mostrar que nem tudo era todavia.
Ela é só uma menina,
E você ainda desconfia?
Para que tanta insegurança
Ela é o lanche das crianças!
Comparar-te com ela é a única maneira,
De mostrar que isso tudo é besteira.
Claro que traição não se explica,
Porém, sempre há algo que se justifica.
Coceira na testa por conta disso?
Antes fosse na virilha,
Mais perto do início.

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O brinde

Não adiante me dar gelo,
Misturo e faço um drink aqui mesmo
Fingir que não existo pode até ajudar,
Se for o caso, pode me apagar.
Fique tranquilo, não vou te julgar
Entendo gente assim,
Que desdenha de mim
Eu faria do mesmo jeito,
Assim, tim tim por tim tim.

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O novo eu

Estranho
É não ter noção que te amo
Manter por baixo dos panos
Fingir ser seguro com fulanos

Doloroso
É fazer papel de bom moço
No momento honroso
Hesitar o gozo

Bizarro
E ter você no meu quarto
Ficar trancado no armário
Para esconder meu desejo vasto

Incrível
É fazer disso um sacrifício
Por você num altar
E continuar sendo omisso

Sensacional
É o apetite carnal
Sem pílulas e coisa e tal
Fazendo o estilo autoral

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Qual + quer

É chegada a hora...
Vou meter o pé na sua porta
Vou chegar embriagado
Sem ter sequer planejado

Esse é o momento!
Vou sair ao relento
Dando trela para o vento
Tipo um cachorro sarnento

Nesse exato instante...
Vou ser pedante
Vou dar pinta de galante
Ser blasé e inconstante

Em segundos...
Vou me jogar no mundo
Satisfazer um moribundo
Dar meia volta e entrar pelos fundos.

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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sem constrangimentos

Quero mudar o foco
Aniquilar os modos
Subjugar os nossos
Retomar do ócio.

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Mero mundo oco
Sem conteúdo, tolo
Desnudo, fosco
Rotulado e morto.

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Dúvida sadia
Doença tardia
Inverno no ventre
Culpa da mente.

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Ajo por impulso
Agito sem escrúpulos
Atuo e uso
Alívio e recuo.

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Ler me entedia
Dispersão tardia
Voyeur das palavras
Visão dilatada.

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Leio invertido
Nada mais divertido
O certo é o destro
Sou canhoto e modesto.

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Escrevo desgarrado
Estilo desalmado
Emoção a fora
Livro-me na hora.

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Desenho desde sempre
Já diziam os entes
Mal eles sabiam
Que escrever era suficiente.

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Papel em branco
Palavras e desengano
Agora preenchido
Tudo remoído.

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Aproveito-me dos muito
Que habitam aqui dentro
Há uma luta interna
Para andar com as próprias pernas.

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Quando leio
Gaguejo
Quando vejo
Lampejo.

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Incrédulo agora
Desgosto outrora
Desligado da fonte
Não há horizonte.

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Singelo quando me permito
Simplório quando omito
Exploro e soo destemido
Quando ecoo meus princípios.

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Saber em excesso faz mal
Há malícia em agir como animal
Ser instintivo é importante
Esperteza em levar adiante.

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Levei a frente tudo que você mente
Demorei em perceber que você sente
Saber enganar é um dom
Todo mentiroso se passa por bom.

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Mudar a atitude é válido
Mas não espere eu ficar pálido
O tempo passou e você não percebeu
Não creio no que me prometeu.

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Você é o que você pensa
Passou na cabeça virou sentença
Pensar ou fazer pra mim da no mesmo
Esqueça que os fins justificam os meios.

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O amor só perdura enquanto ainda há dúvida
Não há prazer em saber de tudo
As entrelinhas devem ser mantidas
Na garantia de uma atuação solicita.

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Se tudo for dito,
O amor fica ríspido.
Esconda um pouco,
Mostre aos poucos.

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Quero ver quem tem ‘culhão’
Para viver a sensação, ‘mermão’
De ficar exposto e alheio ao desgosto
E cagar para qualquer opinião.


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