domingo, 26 de janeiro de 2014

Brio

Enquanto celebro 
Vários insights
Dentro do cérebro 
Via satélite 

Recordo os feitos 
Vindos da cabeça 
Com alguns defeitos 
Faltando peças 

Não sou máquina 
Para ter limites 
Ou estar em ruínas 
Próximo da morte 

Minha consciência 
Vive de referências 
Conectas aos olhos 
Com muito orgulho 

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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Sano o odor 
Num fétido escárnio
Não tenho pudor 
Ingênuo nada gênio

Palavra naturalmente amarga 
Reluto pela forra 
Já que você entrega
Os elos da amargura 

Enquanto me ambiento 
Nesta óbvia fauna 
Admiro os isentos 
Longe das urnas 

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sábado, 18 de janeiro de 2014

Movimento

Enquanto equilibro
Uma vida torta
Procuro respostas
Em livros

Mesmo que intrínseco
À flor da pele
Sozinho no eco
Em direção ao oeste

Estou num labirinto
Sem entrada e saída 
Tenho ímpeto 
Para evitar recaídas

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domingo, 12 de janeiro de 2014

Êxtase

Ativista poético
Em redutos etílicos 
Surreal esconderijo 
Absolutos lampejos 

Politeísta convicto 
Pragmático complexo
Derrotado invicto
Espalho amplexos

Notórios segredos 
Impetuoso sereno
Pés no oceano 
Reles sagrado 

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sábado, 11 de janeiro de 2014

Dinâmico

Emano força 
Existo incerto
Engano a preguiça 
De peito aberto 

Elucido horizontes
Dos falsos pactos
Preservo a fonte
Sou como o cacto

Analiso as diretrizes 
Das novas estrofes 
Evito catástrofes 
Com catarses 

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Impropérios

Não quero ser visto
Como adônis
Por quem vê vultos
Ou avista ovnis

Sinto-me sideral
Cheio de inimigos
À deriva, em perigo
Dentro de uma nau

Íntimo do acaso
Estou extinto 
Pelos percalços 
Que pressinto 

Contra os impropérios
Relações que nunca tive
Sórdidos impérios 
Hoje sou detetive

Da minha história 
Em nome do ouro
Por uma minoria 
Estou num sumidouro 

Preciso elucidar 
Meus pensamentos 
Observar o mar
Relevar os tormentos 

Meu dia a dia 
Parece óbvio
Ancorado na praia 
Tenho meus extravios 

Sou feito de carne
E de ambição  
Às vezes dou pane
Tenho coração

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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Justiça fictícia

Assumo sem problemas: já admirei o ministro Joaquim Barbosa. Fácil de entender. O simples fato de ser negro já me orgulhava por entender que vivo num país preconceituoso que escolhe as pessoas pela cor da pele e não pelo caráter, capacidade ou idoneidade. Foi indicado pelo presidente Lula, governante que sempre admirei abertamente e continuarei admirando. Mas, infelizmente, o clichê do poder pegou Barbosa. Corrompido pela mídia, Joaquim passou a dar-me vergonha alheia. Virou fantoche, agrada apenas reacionários e PTfóbicos. Hoje, ele é a prova que justiça é algo subjetivo e funciona apenas para manipular uma opinião pública infectada pelos engajados golpistas. Decepção absoluta é o que sinto quando vejo Vossa Excelência atuando. O Supremo Tribunal Federal não é novela.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Trivial

Quando premuno
O sopro do vento
Percebo-me humano
Dotado de instinto 

Facunda prova
Que existe algo raro
Mesmo numa trova 
Concebida no escuro 

Enquanto indago 
O grau de um estrago 
Procuro sinônimos 
Para produzir o mínimo 

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sábado, 4 de janeiro de 2014

Flexão

Necessidade intensa 
De elevar o sentido
Do que meu cérebro pensa
Enquanto estou sentado

Simplesmente versando
Possíveis versículos 
Temperados com caldos
Anexados ao currículo 

Escrevo descalço 
Como um mendigo 
Seminu ao acaso 
Releve o que digo 

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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Hipersensibilidade

Deslizo em linhas 
Paralelas ao corpo 
Rasgado pelas unhas  
Ao longo do tempo 

As cores surgem 
Os cheiro também 
Maximizo potências 
Delongo as reticências 

Observo mil cometas 
Entre planetas remotos 
Traço novas metas 
Enquanto destruo mitos 

Meu sentimento guina
Sou curva noutra dimensão 
Reconstruo ruínas 
Em inóspita ascensão 

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quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Promessa

Versarei 
Com astúcia 
Não pelo rei 
Com toda audácia 

As letras 
Tal como as pedras 
Tem suas paranóias 
E suas jóias 

Berro verbos
Que lembram trovas
Talvez por escambo
Nada de provas 

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