sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Neste natal,
não quero presente.
Nem lembrar o passado.
Só quero futuro.
Blindado com muro.
Nada de mentira.
Preconceito, hipocrisia.
Sem ilusão.
Só céu estrelado.
Pôr do sol contemplado.
Pé no chão, areia quente. 
Nos simples fatos, baseado.

Marcus Machado 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Pacífico

Deixe o sereno acalmar as nuvens 
Tranquilidade aparece nas brechas 
Dê uma pausa nas vertigens 
Seja a percepção fora da caixa 

Somos feitos de alma dócil 
Flutuar não é tão difícil
Nosso universo é uma gota 
Onde nascem as gaivotas  

O mundo tem corpo de relíquia 
Os olhos tem as chaves do céu 
Adorne as ideias com chapéus 
E lembre-se que o amor não tem franquias 
--

domingo, 17 de maio de 2015

Consequência

Me reinvento
Como minha sombra 
Projetada num recinto
Onde a luz se dobra 

Sou um sósia 
Do meu reflexo
Encontro poesia 
Mesmo em colapso 
 
Longa jornada 
Curto circuito
Choque na tomada 
Causa e efeito 
--

domingo, 15 de março de 2015

Frango com catupiry

Sem critério 
Mar de gente 
Cemitério 
Descrente 
Deletério 
Indecente 

Cúmulo 
Sem vínculo 
Amarelo 
Sem elo
Cafona 
Efeito sanfona 

--

sábado, 14 de março de 2015

Tempestade de palavras calmas

O vento me soprou natureza.
Confiei minha densidade a uma floresta. 
Uma poeira me disse que já foi montanha.
Injetei lágrimas numa nuvem para chover emoção. 
O céu me convidou para ser límpido.
Uma galáxia está contida no meu ínfimo.
Olhei para frente e vi meu avesso.
Senti o cheio da lucidez na pele de uma flor. 
Mergulhei numa gota e conheci a imensidão. 
--

sábado, 7 de março de 2015

Futilidade

Escolhi um caminho reverso 
Para alcançar as vozes 
E os tons intensos 
Desenhando frases 

Estive à beira do infinito
Achei um atalho
Abri os olhos 
Não vi os requisitos 

Queria ser vento
Mas na verdade 
Sou vulto
De vaidade 
--

Fio

Insinua
Afago
Lua 
Fogo

Timidez 
Explícita 
Talvez 
Incita 

Risco
Implosão 
Cisco
Emoção

Eterno
Turva
Adorno
Saliva 

Chão 
Galáxia 
Tesão
Poesia 
--

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Vão

Fujo do ápice 
Refúgio no ócio 
Desejo tolices
Cultuo o silêncio

Engano o eco 
Notável espontâneo 
Surto empírico 
Mundo subterrâneo 

Disfarço vontades
De falsas vitórias 
O tom da plenitude 
Revela histórias 

O olho que versa 
A trégua indigesta 
Da cura avulsa 
Faltam propostas 

Infinitas vezes 
Tendo ao limite 
Do cheiro das vozes 
Da dor que persiste 

Vi uma estrela 
Brotando na terra 
Criando fábulas 
Longe da guerra

Vôo inerte 
Dentro dum vulcão 
Mergulho num flerte 
Transbordo ilusão 
--