quarta-feira, 25 de junho de 2014

Hoje, ontem e amanhã

O mundo para mim hoje está mais claro do que nunca, e muito mais complexo. Está muito vivo na minha memória a guerra entre os Comandos em Ação e os Cobras no quintal lá de casa. O bem continuou a triunfar sobre o mal nos happy end de Hollywood, recorrendo a super-hérois ou não. Mas vieram os filmes de conspiração onde entidades do bem na verdade eram muito más. Desde então fiquei com a pulga atrás da orelha. Os filmes “cult” e as músicas hippies (Caetano, Chico, Dylan, Stones...) do meu pai me distraiam do destino de consciência padrão.

Na escola, a História me fascinava. Talvez por me criar mais dúvidas do que certezas. Afinal, como é possível saber do que ocorreu antes de existir a escrita ou o gravador? Não existe regra de três para provar o que estava escrito... Na verdade a escola é que se limitava aí. Geografia foi um prefácio para o meu interesse por geopolítica.

Serviço secreto de inteligência dos governos e agências de comunicação conspiram em favor de corporações em troca de dinheiro e poder, corrompendo e chantageando políticos e lideranças. Os investidores financiam empresas para obter lucro, explorando trabalhadores e assimilando a concorrência. É preciso muita atenção. Os inimigos se camuflam e seus espiões lhe dão bom dia, e quem sabe, boa noite.

A população vive com medo em suas prisões particulares. As crianças aprendem a violência e a sexualidade cada vez mais cedo. Os adolescentes procuram entretenimento e drogas baratas para não encarar o desafio no jogo da vida. Os mais velhos vivem com medo da violência, do desemprego, por si e pelos seus.

Somos todos consumidores e mão de obra barata quando podemos ser (pelo menos) cidadãos. As informações estão por aí. É preciso paciência para não pescar uma bota ou um pneu furado nesse mar poluído. Aprendi que com as impurezas a ostra produz uma pérola.

O tempo vai passando, a escola acaba e agora não é mais sua mãe quem te sustenta. Ontem tinha uma família para cuidar de você. Hoje você tem uma família pra cuidar. A vida é doce, mas não é mole, como a rapadura.

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