terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A poesia competitiva

Já que não sou mestre
De nenhuma obra completa
Me identifico com a lebre
Nem sempre tenho meta

Não é falsa modéstia

Tempestade de ideias brifadas
Nas mesas
Por meses
Em bares
Com seres
Bons de briga
Que você admira
Minha cara amiga

Minha mira caolha
Envelhecida
Em barris de Carvalho
Sobrenome de um tal heterônimo
Inventado pra disfarçar o gosto do alho

Com ímpeto
Interplanetário
Para temperar
O universo
Com versos
Convenço
Converso
Jogando conversa fora

De órbita
Fratura exposta

No vácuo
Ordem do oráculo

Infinito decreto
Nada de soneto

Estimulado pela relevância
Da sua companhia
A distância

Que concorre por um punhado
Do que é louvado
Onde a distinta estirpe
É sua grife

Fora de moda
Sem nome mundo afora
Seu sangue magenta
Com pimenta

Na ferida aberta
Na hora certa
Que cicatriza com linha
Geométrica
Decrépita
Indigesta

Pensamento inchado
Dossiê montado

Destilado
Dia e noite
Decapitado

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