terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Desassombro

Desligamos a TV 
Não estamos a mercê 

Abrimos os livros 
Estamos livres 

Ligamos o som
Aprimoramos nosso dom

Trocamos o jornal 
Por uma vida fenomenal

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domingo, 29 de dezembro de 2013

Reflexo

Sobre as ideias 
Que incito
Com peripécias 
Construindo mitos 

Contraio espelhos 
Enquanto observo 
Olho nos olhos
Reflito para que sirvo

Encontro-me faceiro
Valorizo enfeites 
Pode ser um erro
Ou um deleite 

Enfoco no mínimo 
Que aparento não ser 
Resgato o ânimo 
De subverter 

Agora sou espectro 
Do lado inverso 
Com aspecto 
Intenso 

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sábado, 28 de dezembro de 2013

Corpo

Preciso escrever algo 
Para as estrelas
Como forma de afago
Por não viver mazelas

Somos privilegiados 
Temos força de vontade
Mesmo vigiados 
Longe da maldade

Pedimos perdão 
Ao poder do vento
Apenas por aptidão 
Usamos o instinto 

Celebramos o fato
De estarmos vivos 
Mesmo endividados 
Não somos nocivos

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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Pacífico

Por usucapião 
Você preencheu 
Meu coração 
Agora, é seu 

Outrora de pedras
Obstruindo as artérias 
Hoje ostra 
Com você, pérola 

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Princípios

Nas entrelinhas
Sinto vergonha
Ouço ruídos
Tenho fingido

Palavras remetem
Erros de ontem
Somos humanos
Temos ônus 

Tal fórmula 
Não anula
Minhas vontades
Nessa cidade

Busco artefatos
Falsos ornamentos 
Numa redoma 
Confronto o sistema 

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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Aspirador

Meus olhos ardem
Pela falta de recíproca 
Ignoro as ordens
Mesmo ficando careca 

Repudio a mesmice 
Incrustada no óbvio
De gente que enriquece 
Através dos desvios 

Grato pelas derrotas 
Que batem na minha porta
Todo tempo
Até virar pó 

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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Transitório

Transpiro agudo
Ligeiramente ofegante 
Lembro dos desagrados
Tenho memória de elegante

Transgrido solene  
Sempre insone
Transbordo o choro interno
Longe do amor interino 

Há forte resistência 
Adquirida nos percalços
Ainda tenho longo percurso
Dotado de relevância 

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domingo, 8 de dezembro de 2013

Absoluto

Não quero por pontos
Muito menos vírgulas 
Prefiro estar pronto 
Para as sílabas 

Sei que nos verbetes
Exploro o subjetivo
Enquanto ativo 
Adornos e enfeites  

Delongo a prosa
Enquanto você atiça 
Por puro fetiche 
Dou novo palpite

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sábado, 7 de dezembro de 2013

Desordem

Minha antologia 
Ainda é ínfima
Lembra orgia
E partes íntimas 

Já que exponho 
Os espinhos
Quando arremesso 
Meus excessos

Sem medo
Às vezes sem enredo 
Me viro com que tenho
Nesse rodamoinho 

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quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Ar

Estou alheio
A minha ausência
Com alguns anseios
Nessa existência 

Há saudade 
Fora de órbita 
Reina vaidade 
Em gente que arbitra 

Alguns desmandos
Noutros mundos
Poupo oxigênio
Não sou gênio 

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