segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Expressão

Enquanto me surpreendo 
Com o som do vento
Reflito sobre as notas 
E o tom das gotas 

Com dons sublimes 
Vindos da natureza 
Sensações enormes 
Como a fé numa reza

Admiro as forças 
Das boas prosas 
Mesmo nos sonhos 
Existem ganhos 

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sábado, 23 de novembro de 2013

Evasão

Preciso mudar minha sorte
Mesmo não crendo
Pra não tornar-me impotente
Diante dos adendos 

Sou fã dos refratários 
Por não obedecerem ordens
Dos líderes otários 
Que vendem nossas almas pro além 

Voto no meio termo
Entre o pragmático é o lúdico 
Mesmo que seja a esmo 
Melhor que viver sempre lúcido 

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sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Ignição & cognição

Meu inóspito infinito
Caminha lento e vazio
Vivo num universo paralelo
Famigerado e aflito 
Tomado por um arrebatador tédio

Estou realmente distante
Do meu particular submundo
Torpe, volátil e singelo
Como as contradições dos assuntos 
De natureza irrelevante 

Preciso constantemente mentir
Para as perversões incalculáveis 
Ou para os sorrisos amarelos
E suas atitudes instáveis 
Que espalham seus venenos como se fossem um elixir

Disfarçando os defeitos
Pela astúcia da cognição 
Confundindo o cerebelo 
Transformando em algo nefasto 
Não sou máquina, não tenho ignição

Estímulo-me com o que purifica
Meu maior alimento é a luz
Sou de dar valor pro que é belo
Nem tudo de fato se traduz
Tampouco se retifica 

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terça-feira, 19 de novembro de 2013

Imprecisão

Vi a verdade 
Tomada pela ira
Vítima da vaidade 
E da mentira 

Contada mil vezes 
Pelos demagogos
Em seus cargos
Com cheiro de fezes 

A tirania excita 
Como uma ereção 
Que exalta 
Toda imprecisão 

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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Alçapão

Neste século
Espero não ser tão ingênuo
Para meu currículo
Não ser árduo 

Já que no passado
Fui bastardo
Tipo os inglórios 
Por conta de espólios 

Ainda vinculo  
E ponho a culpa
Mesmo incrédulo 
Sem aspas 

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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Desatenção

Rimo entrelaçado 
Por medo da ordem
Não tenho mais um harém 
Cansei de ser usado 

Quero pouco
Rico de energia 
Mesmo sendo opaco
E cheio de alergias 

Me dê uma chance 
Não quero revanche
Te sublinho 
Para não ficar sozinho

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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Coração


A gente escolhe 
Um caminho vindouro 
Deixa para trás o ouro
Como se fosse um detalhe 

Nos mantemos desapegados
Mas damos o devido valor
Aos acentos agudos 
Em palavras sem cor

Somos como sílabas 
Temos acepção 
O sentimento não acaba
Enquanto houver coração 

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sábado, 2 de novembro de 2013

Sensação


Desde quando não existo
Passei a fazer diferença 
Para os exaustos
Com suas belas panças 

As palavras ardem 
E eu idem 
Enquanto evito as retóricas 
De gente pouco onírica  

Ouvi um sussurro 
No auge das fraquezas 
Pago um preço caro
Por evitar a prosa

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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Ilusão

Você me viu em chamas 
Minha pele e feita de vento
Restam alguns hematomas 
Recupero-me no recinto

Na zona de confronto
Pesadelos cativos
Deparo-me com o conforto 
Sonhos cansativos

Posso mergulhar para sempre
Como seres nunca vistos 
E achar uma nova luz

Ou quem sabe mudar o timbre
Para afastar os vultos 
E ficar em paz

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