Enquanto você rema
Naturalmente rimo
Com duas sílabas
A dor acaba
Haja valor
Na falta de pudor
Flutuo sobre serpentes
Sou discrepante
Num piscar de olhos
Eu não me reconheço
Como andarilhos
Sem berço
Cansado de mim mesmo
Vou pro cosmo
Me finjo de estrela
Flerto com ela
Claro que é frio
É a sina do poeta
Tempestade de raios
Alma inquieta
Mesmo no silêncio
Promovo um incêndio
E por mais que eu lute
Em seguida há o blackout
Diluem-se parcerias
Que pareciam sérias
Estou dopado
Sem valor fui esculpido
Pelas notas
Entrei pelas cotas
Ainda criança
Conheci a desgraça
Contundente
Quem criou a ponte?
Entre a falcatrua
Que claramente destoa
Íntimo do sádico
Viciado no lúdico
Sem direção
Nem tudo é ereção
Persisto nos símbolos
Coleciono farsas
Calvário ao som do pêndulo
Em ilusões diversas
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