quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Calvário ao som do pêndulo

Enquanto você rema
Naturalmente rimo
Com duas sílabas
A dor acaba

Haja valor 
Na falta de pudor
Flutuo sobre serpentes
Sou discrepante

Num piscar de olhos
Eu não me reconheço
Como andarilhos
Sem berço 

Cansado de mim mesmo
Vou pro cosmo
Me finjo de estrela
Flerto com ela

Claro que é frio
É a sina do poeta
Tempestade de raios
Alma inquieta 

Mesmo no silêncio
Promovo um incêndio 
E por mais que eu lute
Em seguida há o blackout 

Diluem-se parcerias
Que pareciam sérias
Estou dopado
Sem valor fui esculpido

Pelas notas 
Entrei pelas cotas
Ainda criança 
Conheci a desgraça 

Contundente
Quem criou a ponte?
Entre a falcatrua
Que claramente destoa

Íntimo do sádico
Viciado no lúdico 
Sem direção
Nem tudo é ereção

Persisto nos símbolos
Coleciono farsas
Calvário ao som do pêndulo
Em ilusões diversas

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