segunda-feira, 1 de abril de 2013

Ciano

Adeus aos intempéries
Daquela antiga terra fértil
De sorrisos com cáries
Onde quem dominava era réptil

Famoso era o mercenário
Com sua plumagem de pavão
Antes tivesse saído do armário
A se travestir de irmão

Longe de ser um mecenas
Com as asas abertas
Interligadas por antenas
E enumeras portas

Não adianta mudar o passado
Se deixar levar pelo vento
O que importa é um novo traçado
Independente do consenso

Ideias ficaram nas nuvens
Como arquivos de gelo e raios
Não quero mais ser alguém
Como um ator nos ensaios

Estações não tão bem definidas
Como passagens só de ida
Porém, toda tempestade passa
Mesmo as de copo d'água

Ontem tive uma catarse
Olhando pro Deus amarelo
Sempre fazendo lindas poses
Com semblante singelo

Percebendo que somos a fonte
Como aquela, da juventude
Temos nosso lado infante
Somos os soldados, rudes

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