quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Apneia

O sono não veio
Destaque pras olheiras
São muitos anseios
Nesse dança das cadeiras

Pior é durante
Excesso de pesadelos
Daqui por diante
Não desfaço mais elos

Acordar é complicado
Melhor ficar deitado
Ali, no meu infinito
Particular e oblíquo

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domingo, 27 de janeiro de 2013

Sobre sobras

Vou ali
Escrever um poema
Não quero fugir do tema
Pra rimar com javali

As palavras fluem
Meio desconexas
Muitas imagens poluem
Tento rimas fonéticas

Inconstância visual
Visão turva
Uso todo meu potencial
E me cai como uma luva

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sábado, 26 de janeiro de 2013

Sussurro

Que a emoção fale mais alto
Bem ali, no pé do ouvido
Você é meu alvo
Sou destemido
Me traga boas notícias
Sobre o desejo
Vou desvendar suas pistas
É o que almejo
Respiração ofegante
A gente delira
Sua aura fica radiante
Você suspira
Mergulhados no suor
Imunes a dor
Te dou meu melhor
Não quero mais me indispor
Simplifique-se
Como arte minimalista
Observe-me
Nunca te perderei de vista
Que o tempo não passe
Mesmo no nosso desenlace
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A complexidade do nascimento.



quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Tapinha nas costas

Tão definitivo quanto o acaso
Improvisado como a rotina
Não temos tempo para atrasos
Enquanto você nos incrimina

Nessa confusa rinha
Há quem cante de galo
Abram-se as cortinas
Vamos assistir o seu fiasco

Junte os cacos
Do que por direito é nosso
Vamos colar pedaço por pedaço
Desculpe, não faremos negócio

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domingo, 20 de janeiro de 2013

A rima é pobre
Mas é limpinha
Não sou nenhum lorde
Nem tenho dons na cozinha

Rico de infos
Sem medo dos ufos
A palavra de ordem
Não é a mesma de ontem

Nunca pintei aquarela
Mesmo assim me acompanhe
Sei que não sou novela
Ainda volto pro champanhe

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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Autorretrato infinito

Nascido em berço de lata
Indefectível cordão de prata
Naturalmente cafona
Armo um circo sem lona
Odeio moda
Simplesmente me poda
Feito na ZS
Criado no centro-oeste
Clássico pra mim é funk
Terapia me ajudou nuns lances
Faço poesia
Tenho varias ziquiziras
Ouço Hip-Hop
Sou fã da cultura pop
Tenho pequenos planos
Alguns desenganos
Acredito em conspirações
Nunca investi em ações
De esquerda desde moleque
Opções nunca foram um leque
Não sei jogar bola
Sou da época do "não me amola"
Me levaram varias bikes
Demorei pra ter um Nike
Meu sonho é ter um fusca
Não desisto dessa busca
Tenho mais do que preciso
Nunca tirei os sisos
Amo arroz & feijão
Sou meio sem noção
Dei mais valor a beleza
Hoje prefiro uma boa mesa
Trai quem amava
Perdi de lavada
Tenho dois herdeiros
E muitos anseios
Tenho meu lado chucro
O que vier é lucro
Construí inimigos
As vezes sou nocivo
Digo o que penso
Sou um cara tenso
Não tente me por rótulos
Cada dia uso um óculos
Tirei o pé da lama
Não tô atrás de fama
Quebrei vários ossos
Cheguei ao fundo do poço
Nada de entrada VIP
Não é pro meu naipe
A arte é uma boa desculpa
Pra viver sem culpa
Gosto de ficar sozinho
Refletir é um bom caminho
Sei que pode ser um problema
Tenho meus lemas
Acredito em Deus
Esse provavelmente sou eu.

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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Pé d'água

Chuvinha boa
Clichê que lava a alma
Nosso pensamento destoa
Nem tudo se salva

Tempos ruins
Reflexão sobre fracassos
Pior se fosse nos confins
Demos sorte, não é o caso

Sabe aquele ditado?
Sobre a queda dos raios
Me deixa animado
É hora de acertar os otários

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sábado, 12 de janeiro de 2013

Ritmo

Intenso
Desmedido
Claro que não medito
Somos íntimos
Se não te convenço
Em tempos ínfimos
Entremos num consenso
Somos seres de alma
Tenhamos calma
Minha amada
Venha desarmada
Me conte a senha
Do seu ventre
Mesmo que não tenha
Não faça suspense
Aja e depois pense
Seja inconsequente
Estamos ardendo
Isso não é febre
Nada desatentos
Que o encanto não se quebre
Tire a fantasia
Juntamos as energias
Temos tudo em comum
Somos dois em um

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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Maçã do amor digital

Aquela conexão
Sem cabos ou fios
No calor da emoção
Deu até calafrio
Fiquei de olho
Fazendo upload
Curtindo seu molho
Nada me ilude
Nossa taxa de transferência
Não tinha penitência
Mandei via Bluetooth
Sei que você curte
Esse é nosso elo
Não gosto de magrela
Suor vai pelo ralo
Feche a janela
Me faça dormir
Como um bebê
Antes de sair
Desplugue nossa usb
Fizemos arte
Perdoe os legs
Somos feitos de bytes
Estamos mais leves
Virtuais e místicos
Por você me arrisco
Memória ficando fraca
Hd sempre lotado
Pra que o amor não se desfaça
Me mantenho apaixonado
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sábado, 5 de janeiro de 2013

Saio de cena
Não sou de negócios
Muitos esquemas
Prefiro o ócio

Mudo os ares
Vou atrás da brisa
Levado pela maré
Não sou bom de briga

Começo do zero
Em busca de paz
Nem sempre erro
Não sou tão audaz

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